quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

A overdose.


Lá pelos lados da Colômbia:

- Tranquilo, amigo. Tranquilo, tranquilo!
- Ow, super!
- O quê você faz por aqui?
- Ah, eu costumo ver o nascer do sol. Sabe... as casinhas brotam das montanhas... e tem uma luz rosa, é lindo. E você?
- É... na minha terra era assim também. Nunca pensei que sentiria esse tipo de saudade.
- Dói lá dentro, né?
- Dói... É uma dor sem cor.
- Preto?
- Não...
- Cinza?
- Talvez... sei que não é branco, parece não ter cor, já disse.
- Vamos parar com esse papo?
- Vamos...
- Amigo? Tranquilo, tranquilo?
- Tranquilo...
- Amigo? Amigo?

Silêncio.
Branco.

O objetivo nunca foi perder os sentidos, mas otimizá-los.
De fato, conseguiu.

A respiração, só ela que parou.